quarta-feira, 13 de maio de 2015

"Minha alma dança uma valsa triste.
Sinto lágrimas brotarem destes meus olhos grandes.
Tenho medo do fim enquanto vejo o teu adeus desta dança,
bordada pelas imagens de saudade da tua irmã.
Pra onde foram os teus sonhos?
Terão saudade de mim quando for lhe encontrar?
Me ofertarão flores?
Me escreverão cartas, mesmo quando não poderei mais respondê-las?
Me interrompem por futilidades 
e acabo percebendo que os minutos são raros demais pra nós, querida.
Perdoe-me pela espera.
Preferiria estar contigo,
ouvindo de ti histórias bonitas sobre as tuas vidas em outros corpos e em outras épocas,
também na companhia de um vinho bom.
Sei que não virá.
 
Não me iludo.
E não esperarei como a Godot.
Os relógios bêbados e tortos ainda me dão medo.
Temo terminar como você ou como a outra Flor, bela.
Paro mais uma vez, mas agora porque os pensamentos Nele me invadem.
Penso nos desejos febris,
na saudade do que não foi,
nos beijos doces que roubou
e em nosso efêmero querer.
Não lhe esquecerei,
nem poderei também me esquecer daquela terça-feira de setembro que passei ao lado dele.
Há beleza na dor.
Tua irmã nos deu toda a saudade que sentia de ti.
Darei a ele, talvez, algumas memórias para tecer um novo poema."

(Laíra Alves, novembro de 2014)

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