quinta-feira, 19 de maio de 2011

"Como eu sou o oráculo, e sei tudo sobre todas as coisas, eu gosto muito do ‘e se…?’ .

Gosto muito do alto também. É o único jeito de perceber todas as coisas que estão acima, que não enxergamos quando estamos embaixo; embaixo do nosso próprio guarda chuva.

E se os seres humanos gostassem mais da sua própria companhia? Se gostassem mais a ponto de gostar mais de si mesmo do que da companhia de outras pessoas?

Alguém muito surpreendedor me fez observar a filosófica simbologia do guarda chuva. É algo que te deixa sozinho, que aflora o egocentrismo em cada um. É um objeto simples, que diante de uma situação inoportuna ( a chuva ), deixa as pessoas mais individualistas, mais autônomas, mais autossuficientes, egoístas até. Mas até que ponto o ser humano basta-se a si mesmo?… (observe a redundância! )

E se uma chuva catastrófica caísse enquanto você está sozinho em sua casa, de noite?! Imagine agora que enquanto isso acontece, a energia elétrica acaba…

E então… Você ainda se basta?

A sua própria companhia te agrada?

Os seus pensamentos ( que na verdade é o que chamo de ‘Você’!), são suficientes para te deixar tranqüilo?

A pergunta é: até que ponto os seres humanos são completos com a própria companhia?

Seríamos seres menos solitários se aceitássemos quem somos, e achássemos, a nós mesmos, suficientemente interessantes a ponto de não necessitar-mos de mais nada, ou ninguém para sentir-mo-nos confortáveis?

( Releia, Reflita, não tenha pressa… )

Ou, seríamos pessoas mais ainda egocêntricas se gostássemos mais de quem somos?

Porque essa busca desenfreada de alguém, ou algo, que te faça plenamente feliz ( seja lá o que isso signifique ), se a única coisa -ou pessoa, no mundo, que pode realmente ser exatamente como queremos somos nós mesmos?!

Aonde é que começa ( ou termina ) a nossa autossuficiência? Como uma árvore, que vem da semente, e tudo o que ela precisa pra se desenvolver é da natureza…

Somos serem imperfeitos. Estamos longe, muito longe, da tal racionalidade. Ao mesmo tempo que somos egocêntricos, somos dependentes. Ao mesmo tempo que somos autossuficientes, somo incompletos. Na mesma Chuva, se o que temos é um guarda chuva, temos sucesso; Se é uma casa vazia, temos fracasso.

Na verdade, o que realmente somos é o mais perfeito fracasso da perfeição. Somos uma metamorfose que acontece, sem o estágio Borboleta a se chegar.

Felizes mesmo são as borboletas; que podem voar!"

(Larissa Carvalho)
http://lgcarvalho.wordpress.com/